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Armazém
April 11, 2022

Automação de armazém: quais tecnologias implantar?

A ascensão do e-commerce está levando cada vez mais empresas a automatizar seus armazéns. Essa tendência intensificou-se após a pandemia de Covid-19. Uma análise do assunto com Patrice Floret, professor da Escola de gestão de Sorbonne e consultor em Supply Chain e Digitalização.

Artigo

Que impacto a crise de saúde teve na automação de armazéns?

Patrice Floret: “Diante da crise, muitas empresas mudaram para o e-commerce, o que aumentou significativamente os fluxos logísticos. Uma das soluções para lidar com esses grandes fluxos é implementar a automação ou robotização. A pandemia acelerou as coisas, mas a França está caminhando para a robotização há vários anos, alcançando países altamente robotizados como a Alemanha. Nos últimos cinco ou seis anos, os grandes varejistas franceses – como Leclerc, Carrefour e Auchan – deram um grande passo à frente. Os centros regionais de abastecimento da Leclerc, por exemplo, agora são quase todos automatizados, às vezes até de ponta a ponta, ou seja, desde o recebimento de paletes do fornecedor até o carregamento de caminhões.

Na sua opinião, a automação agora é inevitável para os grandes players?

Patrice Floret: “Sim, eu acredito que sim. Existem várias razões para isso. Primeiro, o perfil dos pedidos mudou drasticamente. O número de referências a serem processadas dobrou, às vezes até triplicou, em relação a uma operação tradicional, enquanto os volumes por referência tendem a diminuir. Ao mesmo tempo, o ciclo de entrega acelerou muito, com fornecedores capazes de oferecer entregas extremamente rápidas, na mesma noite ou na manhã seguinte. Por último, estamos cada vez mais envolvidos numa abordagem Omnichannel onde os clientes querem poder reservar, comprar ou encomendar os seus produtos numa loja ou na Internet. Essas diferentes formas de fazer pedidos também aumentarão o fluxo e, portanto, exigirão automação.

Quais são as principais tecnologias de automação?

Patrice Floret: “Existem vários graus de maturidade, vários níveis potenciais de automação.

O primeiro nível é a implementação de um WMS, um pacote de software que permitirá racionalizar a organização do seu armazém, para o gerir de forma refinada e otimizada sem qualquer robô.

Então, podemos integrar a “mecanização“. Podem ser esteiras ou classificadores de caixas, como robôs que movimentam paletes ou caixas, ou ainda um simples suporte para preparação de pedidos (pick to light) ou para gestão de devoluções (put to light). Por fim, a “robotização” envolve robôs que possuem uma forma de inteligência, uma autonomia que lhes permite lidar com um certo número de perigos que podem ocorrer na instalação. A forma de robotização mais utilizada atualmente é a “goods to man”, cujo princípio fundamental é limitar os movimentos do operador para economizar tempo. Um carrinho autoguiado traz o estoque diretamente para a estação de trabalho do operador, orienta o operador no processo de separação de pedidos e devolve o estoque não utilizado à sua posição original. Estima-se que, em média, o operador de picking gaste cerca de 45% do seu tempo em movimento. Um sistema de “goods to man” reduz significativamente a necessidade de se movimentar, por isso é uma enorme alavanca de produtividade.

Goods to man” é uma solução sofisticada. É possível automatizar o seu armazém de uma forma mais simples?

Patrice Floret: “Com certeza! Qualquer iniciativa de automação deve começar com a implementação de um WMS bem otimizado. O WMS sozinho pode aumentar a produtividade em 20% e a um custo dez vezes menor do que uma instalação goods-to-man. Então, dependendo das necessidades da empresa, podemos pensar em como introduzir a robotização, por exemplo, montando um sistema automatizado de despaletização/paletização: o robô pega determinados pacotes de diferentes paletes para compor seu próprio palete, que será carregado em um veículo. É bom ter sempre um plano claro, uma visão de onde você quer chegar, o objetivo que está tentando alcançar. É melhor avançar de forma incremental, implantando soluções modulares. O quebra-cabeça deve ser montado aos poucos. Por exemplo, depois de ter instalado com sucesso esse tipo de sistema em um grande varejista, o espaço estava se esgotando nas docas de carregamento. Por isso, adicionamos um armazém automático para armazenar os paletes.”

Além do WMS, que tal outras soluções como o YMS ou o TMS?

Patrice Floret: “O YMS, ainda muito pouco utilizado hoje, pode ser usado para gerenciar o pátio de caminhões, que pode ser útil em grandes locais com vários edifícios. O TMS é um bom complemento para a robotização. Permite uma dupla otimização: os robôs otimizam a separação dos pedidos enquanto o TMS otimiza o abastecimento dos caminhões. Um TMS permite economias significativas nos custos de transporte, na ordem dos 10% ou mais.

A automação exige uma mudança de mentalidade na empresa?

Patrice Floret: “Sim, porque uma instalação robotizada transformará o trabalho dos operadores, que se concentrarão em tarefas de maior valor agregado. Além disso, a implementação da automação afetará seus fornecedores a montante e suas transportadoras a jusante. Como um robô não pode processar com eficiência muitos tipos de caixas, os fornecedores terão que oferecer menos embalagens e padronizar suas embalagens. Quanto às suas transportadoras, terão que ter uma frota de veículos capaz de manusear corretamente os seus paletes… Para ter sucesso na automação é extremamente necessário adotar um processo que inclua todos os intervenientes.

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