Gestão da Supply Chain: 3 incertezas e 3 desafios em 2023

Publicado a 3 Julho 2023

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Ignacio García Vicente
Sales Director Supply Chain Solutions
Generix Group Espanha
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O ano de 2023 começou com grandes incertezas e desafios sobre o que se avizinha para a logística e para os transportes. O impacto da pandemia na Supply Chain internacional em anos anteriores e no comércio eletrónico testou e demonstrou a resiliência da Supply Chain, mas a luta ameaça continuar este ano.

Neste artigo, discutimos as 3 incertezas e os 3 desafios para 2023 na Supply Chain.

Incerteza nº1: China

Janeiro foi marcado por notícias muito preocupantes sobre o Covid na China. Algumas fontes estimavam que 80% dos seus cidadãos, cerca de 1,13 mil milhões de pessoas, seriam infetados nesse mês. Na Europa e noutros países do mundo, foram tomadas rapidamente medidas restritivas para os viajantes que chegavam do país asiático, não apenas um gigante em tamanho, mas também em logística.

A China é um país-chave nas Supply Chains mundiais. A estratégia particular e benevolente da China em relação ao Covid-Zero criou dificuldades internas consideráveis, dado ao levantamento de restrições tão severas para a população e de problemas na Supply Chain global, a que já assistimos em plena pandemia.

Incerteza nº2: Guerra na Ucrânia

A outra grande incerteza é a guerra na Ucrânia, que se arrasta sem que ninguém consiga imaginar um fim plausível, e muito menos um fim iminente. Por detrás dos acontecimentos a que assistimos diariamente, estão as consequências de uma crise energética que se arrasta há muito tempo, mas que foi agravada pelo conflito da guerra.

Estes acontecimentos continuam a ter um impacto no preço dos combustíveis e continuarão previsivelmente a ter um impacto no preço das matérias-primas e dos bens de primeira necessidade.

Incerteza nº3: Preços de energia instáveis

São precisamente os custos da energia para os consumidores, empresas e a própria estrutura de preços que foram afetados pela subida a pique do preço do gás.

As medidas urgentes adotadas pela União Europeia para garantir o aprovisionamento, diversificar as fontes e limitar os preços aumentaram a incerteza das empresas. A exceção ibérica criou uma situação especial em Espanha e Portugal, mas os mercados de futuros de energia para 2023 não estão confiantes e mantêm atualmente preços elevados.

Os combustíveis não foram alheios a esta crise, mas foram atores principais, com consequências graves para os transportes, agravadas por uma escassez muito preocupante de transportadores rodoviários.

A fusão da robotização e do trabalho humano, um dos principais desafios da Supply Chain para 2023

2023 é e será, portanto, um ano de desafios para os profissionais da logística. Existem muitos desafios, mas para começar, podemos destacar estes três:

Desafio nº1: Recolha de dados para melhorar as operações

Quando falamos de digitalização e do mundo de oportunidades de controlo, gestão, poupança e melhoria que esta nos oferece, deixamos muitas vezes de lado a importância de dispor de dados, muitos, muitos, muitos mais dados do que aqueles que são essenciais para as operações do dia-a-dia, que normalmente não faltam.

Digitalizar e integrar o máximo possível nas nossas operações não será apenas um desafio, mas a porta que abrirá a empresa a novos métodos de gestão, aos outros desafios que teremos de enfrentar e que têm por base ter todos os dados possíveis.

Desafio nº2: Machine Learning

É precisamente com estes dados que podemos alimentar a análise preditiva que nos permite gerir o stock e otimizar as rotas através de algoritmos que aprendem com a integração dos dados e, assim, ter produtos acabados e rotas otimizadas antes dos clientes fazerem as suas encomendas. Esta é apenas uma das aplicações da IA, a inteligência artificial, que se estima que seja adotada, em maior ou menor grau, por 75% das empresas de logística durante 2023.

Desafio nº3: Automatização e robótica

A logística vai precisar de pessoas, não para movimentar produtos dentro do armazém, nem para preparar expedições ou fazer picking, mas sim para controlar atividades cada vez mais automatizadas, e para tarefas de maior valor acrescentado. A colaboração entre pessoas e máquinas vai ser um dos grandes desafios este ano. Ainda existe um longo caminho a percorrer, mas o processo de robotização já está em marcha.

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